sábado, julho 22, 2006

momentos


"apenas damos valor ao que temos, quando a perdemos".
sempre me disseram isto. não sei bem porquê, mas a maioria das vezes que ouvia, não dava grande atenção. depois, havia momentos de solidão, de perda, de saudade, de lembrar o passado e no meu amâgo, começava a fazer sentido.
mas não é disso que se trata agora. de facto, nem tenho a certeza porque estou a dizer isto.
aliás, nem acabou nada para que eu esteja aqui a balbuciar, mas, embora não saiba bem porquê, hoje, sinto que perdi algo.
é um pensamento estranho se repararmos que não é uma coisa, ou uma pessoa, que alguma vez tivesse...tido, mas é este o sentimento.
espero que ela nunca venha a ler este post ou, pelo menos, que não saiba que dela falo, ou se calhar até espero, não sei.
é porque, de facto, nem eu sei o que é isto. só sei que a sequência dos eventos me levou a pensar nela e a sentir que a perdi quando, afinal, nunca a tive nem tentei ter.
"porquê?" perguntará o(a) prezado(a) leitor(a). a resposta é tão simples que a mim confunde: "porque eu não fazia idéia disto, porque eu estou a sentir algo que já nem me sabia capaz de sentir".
estranho,não é?
é claro que eu posso estar simplesmente com sentimentos de nostálgia, saudade e talvez nem sinta o que penso estar a sentir e estou a fazer apenas uma birra.
espero que seja isso. quanto mais não seja, para que não venha a pensar que estou, de facto, apaixonado, com uma tara, caídinho por alguém( chamem-lhe o que quiserem) e só me tenha apercebido disso quando reparei que ela foi embora. isto é estranho e este meu discurso já parece o do "capitan jack sparrow" acerca dos momentos da vida em que temos a hipótese de fazer a coisa certa e ele diz "eu adoro esses momentos, de os ver passar à minha frente enquanto lhes aceno...".
espero que não me esteja a tornar nessa figura ou, talvez, seja mesmo isso que eu quero; já não sei.
será que estou simplesmente a "acenar a esses momentos enquanto passam"? será um desses momentos que me intriga neste momento? será que esse momento pode voltar? será que eu quero que volte? será que eu sei o que quero? mais importante: será que eu sei o que NÃO quero?
talvez seja só um sentimento de saudade. talvez não seja.
de qualquer forma, só há uma forma de o saber, mas será que eu quero saber?
odeio estes momentos de indecisão, de incerteza, de um abismo quando procuro uma resposta...
de qualquer forma, aqui lhe deixo aquilo de que tenho certeza: "apesar destes sentimentos contrários, confusos e assustadores, já sinto a tua falta, apesar de nunca te ter tido".

domingo, julho 16, 2006

aproxima-se


a hora aproxima-se. do meio dos meus nervos, surge a convicção de uma vitória que poderá não chegar. a minha armadura está brilhante, assim como já coloquei as esporas no nobre corcel que me leva de batalha em batalha. também a besta está carregada, assim como a espada, nobre excalibur dos tempos modernos, pronta a sair da bainha na altura certa me acompanha. a única coisa que não está afiada para as batalhas que se aproximam é mesmo a perícia do cavaleiro. este guerreiro de tempos futuros e memórias idas que já sente o cansaço da cavalgada e das feridas que ainda não sararam. é este o cavaleiro cansado que se aproxima na batalha com a expectativa que tudo acabe num duelo, embora as forças sejam desiguais. assim, em cima da minha montada, me dirijo ao horizonte para encontrar o meu destino, este fatum de batalhas ganhas e perdidas, de dissabores, de feridas, mas também de glória, de victória. três batalhas em que tenho que combater e a guerra será minha. é por elas que cavalgo noite e dia, sem descanso, para poder desembainhar a espada que me trará o meu reino e onde, finalmente, reclamarei o meu trono.

sábado, julho 08, 2006

hoje devo mesmo estar num dia "não", ou , se calhar, é só preguiça.
devo mesmo ser isso. afinal de contas, ainda só fiz uma oral. não estou a ver o desgaste já a surgir.
vi o jogo. ao contrário dos anteriores, não usei bandeiras, não gritei, não sofri nem com os três golos sofridos (a propósito disso, deixa lá petit, podia acontecer a qualquer um) assim como me mantive apático com o golo do nuno gomes.
há bocado, fui comprar tabaco à bomba de gasolina,raio da minha mania de não fumar qualquer merdita que se venda no café ao lado de casa, mas também não me importo de fazer a caminhada.
afinal de contas, os funcionários de lá já me conhecem todos.
sempre dá para dois dedos de conversa sobre algo simplesmente banal sem a pretensão de nos armarmos em inteligentes.
de facto, confesso a idéia de um diálogo perfeitamente fútil de vez em quando. é descanso mental.
claro que não pode ser sempre pois ainda acabo como alguns coitados que por aí rastejam.
bem,com o rumo que esta "conversa" está a ter, espero que não pensem que eu sou convencido, ou que gosto de me armar em inteligente. nada disso, só estou a dizer que, às vezes, sabe bem ter uma conversa que não leve a lado nenhum e ter gosto nisso.
se calhar, sou é uma pessoa complicada. será que sou? muito provavelmente, sim, mas, por outro lado, se sou assim, é assim que eu sou (agora lembrei-me daquelas deduções fantásticas do meu professor de filosofia no liceu. mais falaciosas não podiam ser, mas era um gajo porreiro).
de facto, aquilo que me chateia nestas viagens até à bomba, são mesmo o objectivo que me leva lá: o raio do macinho que grita por mim quando o outro já está vazio; mas ao menos, aproveito o passeio. não é bem a mesma coisa que ir passear o cão, mas também não tenho o trabalho de lavar o animal.
sim, se não percebeste, deves ser um tudo-nada "burrinha" mas pronto, eu digo, estava a mandar-te dar banho ao cão. para o resto dos leitores deste modesto blog, peço-vos que não liguem a este pequeno insulto pois não era para vocês.
mas como estava a dizer antes de começar a deambular (sim,eu já reparei que me dá muito para isso...), sempre dá para reflectir um pouco na vida e traçar um ou outro objectivo. é por isso que o faço. afinal de contas, há malucos para tudo. imaginem lá que até há pessoal que escreve em blogs acerca de coisa nenhuma...( alto,...esse sou eu...peço-vos que não liguem que isto deve ser o cansaço,embora hoje não tenha feito nenhum,mas cá fica a tentativa de me mostrar ocupado...), mas de facto,até ajuda. o pessoal sente-se mais relaxado depois destas pequenas rotinas.
não é que fazer coisas destas ajude alguém, afinal de contas, o bem que estes kilometros que eu faço diariamente me faz às pernas é anulado pelo tabaco que eu vou comprar para me dar cabo dos pulmões, mas, ao menos, ajuda a abstrair um bocadinho dos problemas (não sei se já repararam, mas eu também os tenho).
com estas deambulações de coisa nenhuma, já nem sei bem o que vinha escrever. se calhar, era só isso.
ah, já me lembro, sinto-me apático e nem sei porquê ,mas isso já passou.
afinal de contas, já canta o rui veloso que se vamos fazer qualquer coisa, "ao menos que valha a pena" (eu sei que nessa música ele fala de outro assunto possivelmente diferente, mas eu sou como os jornalistas dos tablóides: só uso aquilo que me convém...). assim sendo, uma vez que não sei sequer porque estou assim, não vale a pena este sentimento piegas, pois não?

terça-feira, julho 04, 2006

não te vejo;
não te oiço;
não te sinto;
não te quero.
vejo-te e sinto nada, um vazio que ninguém explica porque ninguém sabe.
ai como a vida é engraçada...
mas uma coisa é certa, não sou eu que tanto sofro.
não sou eu que tenho uma vida agitada que se resume a um eterno vazio que apenas se preenche com pena de mim mesmo. não sou eu.
é triste essa existência, não é?
não ta desejo, mas é isso que tu tens: um grande nada que disfarças com tudo o que é podre, comtudo o que não presta. resumindo:com tudo o que os outros deitam fora.
que vida "poucochinha" essa de ter nada, ser ninguém.
ahh, como deve ser triste...
mas sabes,
não te vejo;
não te oiço;
não te sinto;
não te quero.