segunda-feira, novembro 27, 2006

inverno


chegou, oficialmente, a estação das chuvas.
cheias em todo o lado, casas inundadas, carros submersos e as pessoas começam a utilizar transportes alternativos, nomeadamente, barquinhos de borracha- afinal de contas, ter cedido à birra do puto, nas férias grandes, até compensou.quer dizer, um gajo chega todo molhado ao emprego, mas ao menos não nada até lá...
nesta altura, a pior coisa que se pode fazer é, decididamente, andar de guarda-chuva. sem contar com a chatice de se molhar tudo por onde passamos, acabamos sempre por perdê-lo, já nem se sabe onde. depois, há a pequena chatice de nunca nos proteger da chuva: coisa para a qual foi... criado.
não obstante, eu gosto desta altura do ano. "bolas, este gajo não deve bater bem dos cornos" dirão vocês, meu público. se calhar, até com razão, mas gosto.
antes de mais, desisti de andar com guarda-chuva. sim, chego sempre todo molhado, mas isso não é, necessáriamente mau. afinal de contas, com os horários a que um gajo anda sujeito, não faz nada mal uma aguazinha nas "bentas" para acordar.
depois, existe sempre aquele ritual de renovação, de limpeza e até de lazer. quem é que nunca andou a dançar à chuva, só por andar?
é divertido, meus caros. experimentem.
uma das coisas que me leva a gostar desta época é a total ausência de suor. tudo bem, andamos todos molhados na mesma, mas, ao menos, não cheiramos mal.
contudo, uma das coisas que mais me agrada no inverno, é a possibilidade de ficar em casa, no quentinho, sem sentimentos de remorso por não sair de casa sujeitos a panhar uma chuvada. é nesse quentinho que podem acontecer coisas mágicas ou, pelo menos, agradáveis.
provavelmente, não estoua conseguir convencer ninguém. tudo bem, também não é esse o meu objectivo.
mas que gosto do inverno, da chuva, do frio e até do vento a bater-me na cara, isso gosto.

sábado, novembro 25, 2006

bond, o sacana do bond...


fui, hoje, ao cinema.
ver o novo bond e dizer de minha justiça.
sem querer parecer um crítico de cinema, odiei.
o filme não está enquadrado e o daniel craig, apesar de lhe querer dar o benefício da dúvida, é uma porcaria como 007.
"olha mais um dos saudosistas" dirão alguns. não é bem verdade, apesar de preferir os clássicos.
o meu problema é com o enquadramento do filme. ele torna-se um "00". tudo bem, não se ia fazer um filme retro, mas há coisas que não se podem deixar passar. nomeadamente, não sei se alguém alguma vez reparou mas, o primeiro m era um homem, james bond é um homem sarcástico. tipo, talvez fosse bom que daniel craig dissesse alguma piada no filme. quer dizer, já era bom que falasse, de vez em quando.
mas tudo bem, o filme é uma merda e só vai ser apreciado por quem não conhece o verdadeiro bond.
contudo, agora afastando-me um pouco da péssima escolha do actor, do enredo e deste filme em geral, há algo na personagem de bond que cativa toda a gente. bem, toda a gente, não. mas, seguramente, cativa todos os homens.
é porque, de facto, todos nós queríamos ser como ele: um gajo bem parecido, com fundos sempre à sua disposição, os melhores carros, as melhores mulheres e, sempre que estivesse farto do engate, lá se matava alguém e se salvava o mundo de novo.
parece ser uma vida divertida, esta de mistério, perigo e classe, muita classe.
mas, apesar de todas estas caracteristcas de bond que fazem inveja a todos os homens, existe uma qualidade que nos faz ficar ainda mais vermelhos: é que ele faz tudo isso e deixa-nos a ideia de que é fácil.
"bond, james bond", vodka-martini, conhece o mau da fita, vai atrás do mau da fita, come a mulher do mau da fita, come a míuda gira que até é a boazinha da fita, mata o mau da fita, volta a petiscar, a boa e a má, e vai para casa descansar um bocadinho antes de ir para o engate.
é esta facilidade que chateia os homens. afinal de contas, até podemos engatar uma míuda jeitosa e "get lucky tonight", mas não acontece todos os dias. até podemos sacar uma mulher casada, mas quais são as probabilidades de sacar a mulher casada com um todo-poderoso senhorcom um plano para se apoderar do mundo? pois é, não é assim tão fácil como parece.
bem, até é, mas para o bond porque nós não temos essa sorte.
de facto, começo a ver porque é que esta personagem é tão queridapelos homens: porque nos permite sonhar com uma vida mais excitante que a nossa,com perigo, sem ligações fortes, sem ter que telefonar no dia seguinte.
bond é bond e nós não somos bond. gostaríamos de ser, mas não somos.
talvez seja melhor assim, não sei. fica ao vosso critério.

sábado, novembro 11, 2006


há coisas que acabámos or nunca dizer. às vezes acontece porue jánão há tempo, outras porque não se inserem no contexto, outras porque, simplemente, não nos quiseram ouvir.

o problema com estas situações é que continuamos com vontade de as dizer, por muito descabidas que possam parecer se as dissermos quando já não alem a pena.

ocorre-me uma situação para dar de exemplo: acaba-se uma relação, as comadres chateiam-se, dizem tud aquilo quepode magoar a outra parte, mas não dizem nada acerca daquela situação que, por parecer pequena, na altura, nem era digna de se suscitar.

depois, as pessoas andam para a frente, cicatrizam as feridas e voltam a ser felizes, ou tentam, ao menos.

espero que os meus leitores não pensem que este post é uma confissão de arrependimento por não poder voltar atrás. não é nada disso que se trata. o facto é que, apesar das pessoas seguirem em frente, de tentarem, ou conseguirem ser felizes, há-de haver sempre algo que lhes lembre daquela outra pessoa. não digo que isso seja mau. afinal de contas, se estivemos com alguém, então, fizémo-lo porque essa pessoa era, a nosso ver, especial e é natural que nos deixe lembranças, recordações de momentos bons e momntos maus. se não deixasse, isso sim, seria muito preocupante.

assim, chegamos à conclusão que é bom ter sempre essas recordações conosco, quantomais não seja, para não voltarmos a fazer os mesmos erros do passado.

o grande problema é quando temos, na mente, a recordação daquilo que sempre quizemos dizer, mas não chegamos a ter essa oportunidade de poder expôr tudo aquilo que nos estava a incomodar. é mau pois, cada vez que nos lembramos dessa pessoa, aprimeira, e às vezes, única coisa que nos vem à cabeça, é aquele pequeno assunto que não tinha sentido nenhum, aquele pequeno defeito que tanto nos saltava à vista, mas parecia não existir para os outros.

eu confesso que tenho alguma coisa para dizer e isso está a dar comigo em doido. muito provavelmente, toda a gente que estiver a ler este medíocre texto estará a pensar "o que raio tem este palerma para dizer?", "que coisa tão grave é que ele precisa de contar para dormir descansado?" ou ainda "mas que merda é esta? disseram-me que este blog era giro e diferente. este gajo devia estar internado na ala de psiquiatria...". bem, de facto, até nem é nada de importante. ninguém vai morrer por causa disto nem retirar uma grande lição de moral.

trata-se, simplesmente, de uma coisa que eu ando para dizer há uns bons dois anos e agora, vou dizê-lo, por muito deslocado darealidade que possa parecer, mesmo ao destinat´rio dessa declaração.

antes disso, convido, desde já, os meus leitores e todos aqueles que se encontrarem numa situação análoga à minha, que usem a caixa dos comments para deixar uma mensagem a todos aqueles que também vos deram uma dor de cabeça deste tipo.

então, para finalizar, aqui vai:

se estiveres a ler isto, saberás, concerteza, que é para ti (dessa forma, escuso de colocar nomes e invadir a esfera privada da pessoa). menti-te,dede aquela noite no bairro alto. na verdade, EU SEMPRE ODIEI AQUELAS TUAS BOTAS COR-DE-ROSA.

UFF, que alívio.