terça-feira, fevereiro 20, 2007


abri uma garrafa. já há muito tempo que nadava andava a precisar disto.
não que não houvesse oportunidade de apanhar um pifo, mas porque há muito tempo que não conseguia cumprir este ritual.
sim, para mim, é um ritual. a espera e a expectativa, o escolher do vinho certo e o abrir da garrafa.
para mim tudo isso é um ritual, tal como fumar um charuto.
bebo-a sozinho e, se não a fizer, fico chato.
muitos dirão que é triste essa mania de beber sozinho. não acho que seja assim.
nós bebemos em público, náo por nós, mas pela aceitação dos outros, parar sermos reconhecidos no grupo. não vejo as coisas assim. quando abro uma garrafa, não a torno a fechar até que esteja vazia, assim como a bebo sozinha pois, no meu entendimento, é um privilégio beber com a pessoa de quem gostamos. assim, bebo sozinho porque sou a pessoa em quem mais confio.
a garrfa já está quase vazia. tão bom este ritual onde nos esquecemos que existe um mundo lá fora, onde não existem problemas para além daqueles que escolhemos ter.
às vezes, neste estado, vejo como é boa a vida de um sonhador pois, este, tal como o bebado, também se abstrai de um mundo que o magoa. somos felizes neste estado. é essa a verdade.
ah, como desejo eu estar constantemente neste estado. não posso, mas desejo-o. está tudo bem, ninguém chateia, ninguém julga pois esse mundo é nosso. mas não é o que acontece. temos que voltar à dura realidade.
por isso, gosto destes momentos programados para beber, pois são esses momentos que me fazem esquecer que sou humano como os outros.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

egoísmo

ás vezes, ponho-me a pensar em coisas estupidas.
bem,nesses momentos, lembrei-me das palavras de uma amiga minha. qualquer coisa sobre a perda e sobre a falta que os outros nos fazem.
depois das palavras dela, fiquei, de facto, com a dúvida: "porque é que sentimos saudades dos outros. é por eles,ou será, antes, por nós?"
bem, a resposta é simples e egoista: "é por nós".
de facto, nós só sentimos a falta daqueles que nos dizem algo, daqueles que nos tocaram, daqueles que nos fazem falta. e reparem, eu uso o termo "nos" com um sentido. é que até podemos fazer falta a alguém, podemos ser tudo para alguém, podemos, até, ser o centro do mundo para alguém mas, se esse aguém não nos fizer falta, se não nos tocar, se não nos dizer akgo, então esse alguém vai sentir a nossa falta, mas nós nem vamos dar pela falta dessa pessoa, não vamos falar dela, não vamos, sequer, ter um impulso de ir ao seu encontro.
isto é uma forma muito egoísta de evr as coisas mas, certamente, é a forma mais lógica.
por muito boas pessoas que sejamos, todos nós somos egoístas, todos nós sentimos um impulso para colocar as nossas necessidades à frente das dos outros.
isto não é mau. muito pelo contrário. sinceramente, não sei se consigo sentir saudades de alguém que não põe os seus sentimentos à frente dos meus pois sei que essa falta de egoísmo é, acima de tudo, uma falta de qualquer tipo de ambição. seria a mesma coisa que sentir a falta de uma ameba.
mas enfim, não vamos divagar mais. voltemos à parte do egoísmo. é esse egoísmo que nos move e é esse egoísmoq que nos faz mover. e não me venham com essa história de "ai eu não. eu não sou minimamente egoísta". meus amigos, só tenho para vos dizer: ou são completamente normais, ou são uns grandessíssimos mentirosos. não me venham dizer que não olham primeiro para vocês e só depois para os outros. não me digam que, se virem uma nota perdida no chão, a vão deixar lá para que o próximo a passar fique com ela.
não é assim que as coisas funcionam. não é assim que nós funcionamos.
nós sentimos a falta dos outros por sermos egoístas, nós vivemos porque somos egoístas. podemos ser muito, podemos ser pouco, mas somos.
é assim que funcionam as coisas. é a lei da vida

terça-feira, fevereiro 13, 2007

liberdade de expressão!

chegou ao meu conhecimento, através de terceiro, que este blog é considerado ofensivo.
ao que parece, existem pessoas que se ofenderam com estas minhas húmildes palavras e spbre as diversas considerações da minha vida e, ao que parece, da deles.
meus "amigos", a única resposta é esta: "TODOS PRÓ CARALHO, ESTOU-ME A CAGAR PARA O QUE VOCÊS PENSAM".
tomei café, hoje, com uma pesoa amiga. ao que parece, alguém, cujo nome não vou dar, contou-lhe que a ofendi ( a essa pessoa incógnita) nestas páginas demonstrando, assim, uma falta de maturidade extrema.
pois bem, não estou interessado no que essa pessoa diz.
afinal de contas, este blog, mais do que vos distrair por uns momentos, serve para expressar a minha visão da vida, os meus pensamentos e os episódios da minha vida que, na MINHA opinião, velem a pena ser contados.
depois, não sei se algum dos leitores já reparou mas, à excepção do post dedicado à minha amiga ALEXANDRINA e para o qual obtive uma autorização prévia, nenhum dos restantes posts faz qualquer referência a nomes que possam identificar a pessoa de quem falo.
assim, se alguém vem dizer que eu o(a) ofendi no meu blog, em posts que não comportam qualquer nome ou referencia especifica, então, quer-me parecer que existe uma certa sede de protagonismo. não que seja mau. muito gente sofre do mesmo mal, mas se vem dizer que post x fala de pessoa y sem que o mesmo identifique essa pessoa, quer-me parecer que está à procura de uma luz na ribalta. só pode porque, para falar mal de mim, os meus leitores já devem ter percebido que o consigo fazer sozinho.
ora, se eu não falo dessa pessoa em concreto, porque raio não hei-de dizer o que me vai na alma?
é que, afinal, ainda existe aquela coisa...como é que se cahama,mesmo?...humm,...ah, já sei: LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
pois, se existe liberdade de expressão e, como diz um amigo meu, se "as opiniões são como as vaginas:cada um tem a sua e dá-a a quem quer", porque raio não posso eu postar o que quiser?
sinceramente, para aqueles que se sentem ofendidos, se calhar "até vos serve a carapuça" mas, uma vez que eu não vos identifico, se não querem ser referidos, pá, estejam calados e ninguém sabe quem vocês são.
se, mesmo assim, continuam com o dói-dói, bem, a minha caixa de comments não comporta censura de nenhuma forma pelo que poem aí exercer o "vosso" direito ao contraditório.
se não a querem utilizar,bem, também sabem todos quem sou eu e onde me podem encontrar para tirar as vossas teimas.
agora, se acham que o blog é ofensivo, bem, só vos posso dizer que o blog é meu e aqui escrevo o que vejo, o que sinto mas, acima de tudo, AQUILO QUE QUERO!!!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

podre


tenho saudades de casa. não são saudades daquelas em que queremos ver a família o mais depressa possível.
são, antes, aquelas saudades de quem se quer ir embora e começar uma nova vida.
não, não estou deprimido, não andoa beber para esquecer ou sequer a pensar em desistir do curso.
simplesmente, quando este acabar, apetece-me sair daqui, voltar às minhas origens e mudar de ambiente.
a minha terra é linda. sim, eu sei que é isso que toda a gente diz e que é só para passar férias porque não conseguimos viver longe de lisboa.
não é disso que falo. quero voltar lá para cima, quero trabalhar lá, viver lá, quem sabe, ser feliz por lá.
a esta hora, já não conheço ninguém por aquelas bandas. sabem que mais? óptimo, é mesmo isso que um gajo precisa para se poder recomeçar tudo.
quando ceguei cá, era um míudo. tinha sonhos e ambições.
bem, as ambições ainda cá estão. os sonhos é que se desvaneceram.
lisboa faz-nos disto. se, para além disso, andarmos na fdl, está o caldo todo entornado.
uma faculdade de direito, a melhor do país, com os melhores professores e com os melhores assistentes. não é assim que a vejo. a imagem que passam é exactamente isso: uma imagem, daquelas que se passam numa brochura de publicidade. mas não é assim que se passam as coisas. a ética, por lá, não existe. a diligência, muito menos, e todos confiam num nome que há muito está morto.
mas não posso culpar a faculdade. ela é, pura e simplesmente, um reflexo das pessoas que lhe dão vida. ela é o fruto de uma sociedade e a cara de uma gente. se a sociedade à sua volta não é melhor, porque raio havia de ser a faculdade uma ilha nesse mar de filha-da-putice?
não tem. ela é o fruto da sua época.
de facto, o meu problema não é com ela, nem com as suas gentes.
o meu problema é com este interminável ciclo em que os valores já não são atendidos, a ética não é respeitada e a lei não passa de uma trave que facílmente se levanta.
por isso me quero ir embora, antes que seja consumido por este sistema, antes que me faltem as forças para resistir, antes que me deixe deliciar por este sistema corrupto que neste idade habita.
quero-me pôr a milhas, para o meu bem. uero ir para um sítio mais simples, daqueles sítios onde as coisas ainda são como as vemos. é isso que eu quero.
acredito que este post ofenda muita gente. compreendo perfeitamente, mas não estou, sinceramente, peocupado com isso. afinal de contas, o blog é meu, assim como a opinião.
se não gostam, existe a caixa dos comments onde podem exercer o vosso direito do contraditório ou, ainda, o direito de não comentarem e presentear-me, assim, com a vossa indiferença. é-me igual.
agora, que esta cidade está podre, só não vê quem não quer, ou quem não lhe convém.

domingo, fevereiro 11, 2007

VERITAS

"And the truth shall set you free."

sábado, fevereiro 10, 2007

o ciclo


a vida é, de facto, um ciclo vicioso.
"sim, grande novidade que tu nos trazes...sempre podias dizer algo que não fosse tão óbvio, não?" dirão os poucos, mas bons, ou talvez não, leitores deste sítio de quem não tem mais nada que fazer, mas, enfim, o blog é meu, escrevo que me vem à cabeça.
contudo, não deixa de ser engraçada esta constatação. é que, normalmente, as pessoas veem a vida (ou direi,antes, mísera existência?) como um conjunto de reacções em cadeia: "toda a acção comporta uma reacção" dizem eles com o rei na barriga.
lamento, mas, nesta minha humilde ignorância, só vos posso dizer que estão redondamente enganados. na verdade, a vida é composta por essas reacções, mas não com essas pessoas.
assim, em vez de alguém nos fazer algo, digamos, um profundo desgosto amoroso, não quer dizer que os nossos actos vão incidir sobre essa pessoa que nos magoou, traumatizou, ou coisas assim.
não, os nossos actos, frustrações, medos e inseguranças formam a bela de uma armadura afectiva que se vai reflectir na próxima desgraçada que nos apareça à frente.
é isto injusto? sem dúvida. vamos magoar alguém, ainda que sem essa intenção? óbvio que sim.
vamos lixar essa nova relação? tão certo como a morte.
e para quem ainda não tinha percebido, no nosso ciclo de intervenientes, já chegamos àquele terceiro que, segundo a "doutrina tradicional da acção-reacção", não deveria para aí ser chamado.
mas como a vida não é regida por essas teorias fixas, esse terceiro, ainda que inadvertidamente, vai fazer tudo aquilo que se queixava no segundo mas para com um quarto, e por aí adiante.
"bem, por esta perspectiva, estamos todos condenados a tornar-nos em valentes cabrões e audaciosas putas", já diz o leitor.
não, isso já não é verdade. é que, de facto, essa faceta de cabrões e putas sempre existiu dentro de nós. sempre lá esteve, umas vezes, bem a descoberto, outras, adormecida à espera desse fusível para nos iniciar. mas descansem, nem tudo está perdido. ainda existe, por aí, algures, ouvi dizer, gente que consegue controlar essas facetas.
sinceramente, não sou uma delas.
a vida é um ciclo vicioso e não há grande coisa a fazer.
o melhor conselho que vos dou é que apreciem a viagem enquanto dura. pode ser que até seja eterna...por seis meses.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

hoje, sinto-me particularmente desinspirado.
não é que não o esteja todos os dias em que aqui escrevo algo. nesses dias, trata-se, pura e simplesmente, de uma total falta de talento do gajo que escreve cá.
hoje é diferente. além da já referida falta de talento, existe um deficit de inspiração que até a mim me preocupa.
se calhar, a culpa é da máquina. não desta em particular, mas do facto de ver obrigado a passar os dias à frente do computador. até tem a sua ironia, se pensarmos que gosto tanto de computadores como de lavar a loiça. quer dizer, até gosto menos do que lavar a loiça...
mas enfim, o bloqueio é meu e vocês não são obrigados a levar com ele, assim como não são obrigados a levar comigo.
quando me sentir mais apto para escrever, eu prometo que não vos desiludo...muito.
bem, talvez desiluda, mas nada de especial. talvez apenas tanto como um casal jovem ao fim de cinco anos de casamento, mas não mais que isso.

domingo, fevereiro 04, 2007

mais um...já não falta tudo...


e mais um que passou.
sem grandes alaridos, sem grande festa.
porquê? é fácil: porque não havia nada a festejar.
as pessoas devem festejar os factos que são grandes , na vida, os acontecimentos para os quais contribuíram, as lutas que ganharam e aqueles que perderam.
sinceramente, acho que só devemos festejar aquilo que merece ser festejado pelo nosso trabalho, pelo nosso esforço.
foi por isso que não festejei. foi um dia como os outros pois, na hora da celebração, me apercebi que não havia nada, naquele dia, que fosse digno de se festejar.
"que péssimismo", muitos dirão, mas não o é.
pura e simplesmente, não é o facto de estarmos vivos que nos dá o direito de fazer uma festa. não é o facto de se repetir o dia do nosso nascimento que nos dá o direito de nos sentirmos especiais.
sim , há sempre as mensagens de parabéns a nos lembrar que somos especiais e que, sem nós, a vida no universo não teria sentido, mas já repararam como são essas mensagens sempre tão genéricas? é que não se dão parabéns em concreto. porquê? porque ninguém se consegue lembrar, em concreto, de alguma merda de jeito que fizémos e com a qual contribuimos para uma sociedade.
mas enfim, este já passou. faltam os outros. só espero que, pela altura dos meus 26 anos, já me possam dar parabéns concretos acerca de algo concreto que eu fiz nesta vida concreta. aí, sim, sou bem capaz de celebrar esse facto de estar vivo.