quinta-feira, junho 29, 2006
tal como o titã, também eu luto para fugir a um destino inevitável.
o tempo não está do meu lado,os ponteiros do relógio não param, assim como o desconforto mental se intensifica.
uma pergunta me ponho: "porque lutas contra o tempo? o que vai acontecer para não quereres que chegue a hora?".
respondo-me cordialmente: "não sei, mas não quero que chegue".
estranha conversa interior, mas na qual acho a resposta para a minha pergunta: "lutas contra o tempo porque não queres que o futuro aconteça. será que temes o desconhecido, ou simplesmente já viste o que o destino te reserva?".
sacana que eu sou até com a minha própria PESSOA. mas acabo por responder: "não temo o desconhecido pois a única coisa que lá posso encontrar é a verdade".
"então temes porque já conheces. mas então não deves ter medo, mas sim encara de frente, pois não vais aprender porque já conheces a verdade".
raios me partam que até a mim dou lições de moral.
mas, ao menos, ajudei.
a minha luta é o meu fatum,o meu destino, o caminho que terei de partilhar.
quarta-feira, junho 28, 2006
acendo mais um. o cinzeiro está cheio e o maço quase vazio; assim copo o
copo.
será que ajuda a pensar, a ver melhor o mundo à minha volta, ou simplesmente me ajuda a abstrair dos meus pensamentos?
odeio estes momentos de reflexão. o que fiz, o que não fiz, o que deixei de fazer, onde estava certo e o que fiz de errado... também já nada interessa. tudo é passado, tudo é memória, mas já nada traz o tempo em que podia ter feito algo.
é, precisamente disso que me arrependo, do que não fiz mas devia ter feito.
o resto não interessa. fi-lo e assumo com orgulho, ou mesmo na falta dele, o que fiz pois essas acções são parte de mim, de quem eu sou. são esses actos que me fizeram e me tornarem em mim.
acendo outro, esta noite está mesmo agreste. não durmo a pensar no que não fiz. será que ainda vou a tempo?
provavelmente não, mas, no fundo do meu copo, apercebo-me: as minhas omissões são não mais que actos que apenas não aconteceram para os outros.
já não me arrependo pois também eles fazem parte de mim.
à quarta vez que encho o copo lá me vem à cabeça: "o futuro é que interessa", mas evito pensar dessa forma. recuso-me a planear o futuro; quero é vivê-lo para voltar a pegar neste copo que me reconforta este corpo cansado com o calor desse álcool que me queima e me destroi com a ajuda do cigarro. por falar nisso, lá vai mais um, mas não quero reflectir mais; quero que o dia chegue para que não me volte a arrepender do que não fiz; ou será que devo aproveitar e sair já agora? afinal de contas, "carpe diem" dizia o outro... não, não me sinto com pachorra. estes hábitos não me deixam sair de casa. ou eles, ou a brigada de trânsito, já não sei.
mas o copo já está de novo vazio e continuo a pensar nisto.
será que por ser assim, se devem aqueles actos e omissões, ou será que por esses actos e omissões me tornei assim?
certamente não fiz tudo sozinho, se errei, não terei sido o único, mas será que aqueles que erraram comigo também são responsáveis, ou serei eu responsável por eles?
o copo começa a dizer-me que é lixado viver nesta sociedade: "nunca sabemos de quem é a culpa, pois ela morre sempre solteira"... raio do copo, até diz umas coisas acertadas. pergunto-me se me diria o mesmo se estivesse cheio de água, mas desconfio que não.
desta forma, chego a conclusão nenhuma e isso conforta-me.
a caminho de mais um cigarro, aproveito a viagem para voltar a encher o copo de novo."mais um para a viagem", diz ele.
e de facto, não estava a peça de loiça enganada, mas vou-me embora fazendo um acordo com ele, com a sociedade personificadamente presente neste diálogo:
"tu assumes a tua parte das culpas que eu assumo a minha".
copo.
será que ajuda a pensar, a ver melhor o mundo à minha volta, ou simplesmente me ajuda a abstrair dos meus pensamentos?
odeio estes momentos de reflexão. o que fiz, o que não fiz, o que deixei de fazer, onde estava certo e o que fiz de errado... também já nada interessa. tudo é passado, tudo é memória, mas já nada traz o tempo em que podia ter feito algo.
é, precisamente disso que me arrependo, do que não fiz mas devia ter feito.
o resto não interessa. fi-lo e assumo com orgulho, ou mesmo na falta dele, o que fiz pois essas acções são parte de mim, de quem eu sou. são esses actos que me fizeram e me tornarem em mim.
acendo outro, esta noite está mesmo agreste. não durmo a pensar no que não fiz. será que ainda vou a tempo?
provavelmente não, mas, no fundo do meu copo, apercebo-me: as minhas omissões são não mais que actos que apenas não aconteceram para os outros.
já não me arrependo pois também eles fazem parte de mim.
à quarta vez que encho o copo lá me vem à cabeça: "o futuro é que interessa", mas evito pensar dessa forma. recuso-me a planear o futuro; quero é vivê-lo para voltar a pegar neste copo que me reconforta este corpo cansado com o calor desse álcool que me queima e me destroi com a ajuda do cigarro. por falar nisso, lá vai mais um, mas não quero reflectir mais; quero que o dia chegue para que não me volte a arrepender do que não fiz; ou será que devo aproveitar e sair já agora? afinal de contas, "carpe diem" dizia o outro... não, não me sinto com pachorra. estes hábitos não me deixam sair de casa. ou eles, ou a brigada de trânsito, já não sei.
mas o copo já está de novo vazio e continuo a pensar nisto.
será que por ser assim, se devem aqueles actos e omissões, ou será que por esses actos e omissões me tornei assim?
certamente não fiz tudo sozinho, se errei, não terei sido o único, mas será que aqueles que erraram comigo também são responsáveis, ou serei eu responsável por eles?
o copo começa a dizer-me que é lixado viver nesta sociedade: "nunca sabemos de quem é a culpa, pois ela morre sempre solteira"... raio do copo, até diz umas coisas acertadas. pergunto-me se me diria o mesmo se estivesse cheio de água, mas desconfio que não.
desta forma, chego a conclusão nenhuma e isso conforta-me.
a caminho de mais um cigarro, aproveito a viagem para voltar a encher o copo de novo."mais um para a viagem", diz ele.
e de facto, não estava a peça de loiça enganada, mas vou-me embora fazendo um acordo com ele, com a sociedade personificadamente presente neste diálogo:
"tu assumes a tua parte das culpas que eu assumo a minha".
terça-feira, junho 27, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
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