quarta-feira, maio 28, 2008

agenda cultural...

7:30 - toca a acordar
8:05 - sair de casa, apanhar transito, maldizer da minha vida
8:35 - café, na faculdade, palheta com os amigos, ler o horóscopo, dizer palhaçadas
8:50 - pensar porque é que estou ali
8:57 - lembrar-me e procurar a sala de aulas
10:01- dirigir-me ao bar. acabaram as aulas e preciso do pequeno-almoço (um rissol e uma cerveja), palheta com os amigos
10:26- mais cerveja. houve alguém que pagou um rodada. beber cerveja até à hora do almoço
13:34- almoço. não esquecer de acompanhar com cerveja
14:57- café, depois, peço mais umas cervejas
16:30- continuo a beber cerveja. é importante não perder o ritmo
17:45- sair da faculdade, ir para casa trocar de roupa e ficar preso no ínicio da hora de ponta. maldizer da minha vida
19:34- chegar à faculdade. beber uma cerveja antes do jantar
20:58- chegar ao restaurante. bebi mais umas cervejas do que o suposto
21:30- começar a jantar. antes, bebi umas cervejas porque não sou um grande amante de sangria e não gosto de fazer misturas. ainda fico bebedo...
0:017- o pessoal está um bocadinho com os copos. não sei se aguentam com mais umas cervejinhas em cima
0:45 - entrada na festa da cerveja. correr para o bar e pedir cerveja
1:35 - sentir-me um pouco tonto. deve ter sido algo que comi
2:23 - a cerveja não para. grande confusão
3:12 - ficar sem tabaco. fodasse... cravar a alguém um cigarrito que isto está a ficar atróz
4:20 - a festa fecha. ser posto fora pelos seguranças. importante proteger as partes baixas
5:23 - ficar na palheta no jardim da universidade. importante ter cuidado onde vomito
6:02 - adormecer na relva. não me esquecer de por os oculos de sol
8:12 - ser acordado pelos polícios de giro. evitar ir para a esquadra porque tenho de esperar pela banda
8:35 - sandes de presunto e uma cerveja. um bom pequeno-almoço é fundamental para aguentar o dia. já agora, três redbull de tacada
8:45 - chega a banda. os idiotas estão atrasados. não sei se lhes vou pagar
9:01 - começar a invador salas. ser araastado para as mesmas e insultar o corpo docente
10:47 - amdar a dançar e cantar. acender um cigarro dentro de um recinto fechado. levar na boca do segurança
11:35 - beber mais umas cervejas
13:01 - a banda vai-se embora, abraçar toda a gente e começar a chorar. importante abraçar só as miúdas
14:45 - encontrar um taxi e ir para casa. importante chorar no táxi. gastei todo o dinheiro do táxi em cerveja. levar na boca do táxista
15:07 - chegar a casa. ir à casa-de-banho. importante não adormecer na sanita
15:15 - adormecer para só acordar no sábado. importante ter aspirinas e muita água com gás ao pé da cama para quando acordar

sábado

13:56 - acordar. sentir-me culpado, com dor de cabeça e interrogar-me porque é que estou algemado à cama
16:29 - começar a estudar. vêm aí as orais...

sábado, maio 24, 2008

bolas...

hoje, acordei bem-disposto.
na verdade, acordei extramamente bem-disposto, com vontade de fazer algo em grande.
saí da cama e decidi fazer algo que marcasse. decidi fazer uma tatuagem. uma daquelas bem grandes, que me ocupe as costas todas e se prolongue por uma perna. sim, acho que isso era comemorar o dia em grande. ou isso, ou comprar um carro. também era boa ideia. um clássico, descapotável, daqueles bem rápidos e extramanente desconfortáveis para que só eu conseguisse apreciar a máquina.
então, levantei-me e foi o que fui fazer: fui comprar o jornal...
bem, pode não ser uma decisão tão dispendiosa como as anteriores, mas atenção, fui compara o jornal de carro. logo, também já pode ser considerado uma loucura. com os preços a que os combústiveis andam, até pode ser considerada uma manifestação de riqueza...
bem, agora que um homem já tem o seu jornal, com este solinho que faz, o que sabia bem era ir lê-lo para uma esplanada, daquelas muito giras, no meio de um qualquer jardim, bem no centro da cidade.
ora, isso é que é uma boa ideia.
sentar-me a contemplar um jardim , ao sabor de um cafézinho, enquanto leio o jornal e me passam miúdas giras pela frente ao mesmo tempo que bate o sol na cara.
bolas que eu até me espanto com as boas ideias que tenho.
claro, eu tenho tantas boas ideias como azar nesta vida.
mal saio do carro e me dirijo para a bela da esplanada... começou a chover.
lá se foi o café, lá se foram as miúdas giras, lá se foi o sol na cara.
bem, uma vez que ainda tinha o jornal, se calhar, é mais seguro ir lê-lo para casa. sim, ao menos lá não tinha chatices.
mas o que fiz eu, meu deus?
é que mal um homem chega a casa para ler o seu jornal, olha para a janela e lá está o céu limpo outra vez e as nuvens voltaram a desaparecer...
acho que vou sair outra vez...

quinta-feira, maio 22, 2008

crónica de um dia seguinte...


citando um colega de faculdade, "às vezes, gosto de apanhá-las"...
a única chatice de apanhá-las é a sensação no dia seguinte.
não me refiro à dor de cabeça, ou sequer ao desconforto da ressaca.
refiro-me à sensação de inutilidade que sinto quando, a caminho de casa, vejo pessoas a sairem para ir trabalhar, a inutilidade de acordar bem a meio da tarde e reparar que todo o dia está perdido.
é esta inutilidade que sinto quando as apanho.
não consigo evitar.
até posso, antes de ter ido beber uns copos e festejar alguma coisa com os amigos, ter tido um longo dia de trabalho. até posso estar a festejar o fecho de um ciclo e o ínicio de um novo projecto. até posso não ter de ir trabalhar no dia seguinte.
em qualquer dessas hipoteses, continuo a sentir-me um inútil.
acordo, e fico mais um pouco na cama. olho para a janela e vejo que o dia começou sem mim. não é agradável, mas que gosto de apanhá-las, isso gosto...

segunda-feira, maio 19, 2008

saídas profissionais???


quem diria que era preciso um curso superior para isto?
quem diria que seria esta a vida que eu tinha à minha espera?
pois é, a vida dá muitas voltas.
umkas, são boas. outras, nem por isso.
umas vezes, a vida dá para nos apaixonar-mos. outras, vezes, dá para ficarmos na merda.
a vida dá para alcançar-mos o tecto do mundo, e, às vezes, dá para ficarmos bem lá em baixo.
é assim a vida.
agora, nunca diria que a vida daria tantas voltas que teria a mesma profissão que o meu pai.
não tem nada de mal. é honesta, paga as contas e não é preciso ter vergonha de ninguém.
de facto, da humilde profissão do meu pai, aprendi que temos que respeitar a todos. afinal de contas, nunca sabemos onde vamos estar nem com quem precisaremos de contar no futuro.
é uma profissão humilde, mas paga as contas.
é uma profissão de trabalho, mas é pôs-me na faculdade.
de facto, o meu pai nunca se queixou da despesa que era ter-me aqui.
sei que teve alturas dificeis, sei que teve alturas complicadas em que teve de cortar em certos luxos, mas nunca mo disse.
o meu pai nunca me demonstrou que estava a passar dificuldades.
talvez não me quisesse preocupar com isso. talvez fosse demasiado orgulhoso para demonstrar que a minha estadia em lisboa estava a ser penosa para a família, talvez não quisesse admitir que para eu estar, aqui, a comer bifes, ele estava a comer sopa.
não sei porque o fez, mas sei que o fez, e sei que sempre continuou orgulhoso de eu estar num curso de direito.
sei que falava às velhotas que transportava do orgulho que tinha de ter um filho na faculdade, de ter um filho que seria advogado.
o meu pai é assim: nunca mo disse directamente, porque não era o jeito dele dizer que tinha orgulho nos filhos. eu compreendo isso,mas dizia-o aos outros: "o mu filho está a estudar para ser advogado".
o meu pai é assim, e é por isso que tenho orgulho nele, e talvez seja por isso que ele tem orgulho em mim.
contudo, acho que não vou poder dizer ao meu pai que, alguma vez, serei advogado.
não é isso que vou fazer. não foi isso que a vida me reservou.
contudo, posso, e digo-o, neste momento da minha vida, depois de quase ncinco anos de curso que estão a acabar, tenho orgulho de ser como o meu pai.
tenho orgulho de seguir as suas pisadas.
hoje, dia 19 de maio de 2008, posso dizer, tal como o meu pai, que tenho orgulho em, ao acabar o curso, ser "taxista".

quarta-feira, maio 14, 2008

frase do dia:

"onde estão os fetos mortos?"

segunda-feira, maio 12, 2008