quinta-feira, janeiro 31, 2008

hoje, senti o mundo a cair-me em cima.
senti o fogo nas minhas costas e a minha pele a deixar-me.
senti a dor, devagarinho, numa tortura lenta, num espectáculo de lava em cima de mim.
e senti os sentidos a deixarem-me, as forças a irem embora e os meus braços caídos por já não aguentarem mais.
hoje, senti a dor, senti a pena, senti castigo.
tudo para que, depois, possa deliciar-me com o céu.
hoje, senti a dor e senti o mel.

sexta-feira, janeiro 25, 2008



será veneno? ou será outra coisa?

domingo, janeiro 20, 2008

daqui a 4 anos...


há uma pergunta que muita gente gosta de fazer nas entrevistas: "como se vê daqui a 5 anos?"
pois bem, eu não sei onde vou estar daqui a 5 anos.
contudo, consigo perspectivar a minha vida para daqui a 4.
daqui a 4 anos, espero eu que ainda esteja vivo, vejo a minha vida de uma forma diferente da que vejo hoje.
eventualmente, serei advogado. talvez não o seja, mas é algo que quero ser. quero cumprir esse sonho.
assim, daqui a 4 anos, espero bem ser o advogado mais filho-da-puta que há no escritório. não serei o homem do contenciosos, mas serei o mestre do corporate.
daqui a 4 anos, vejo-me a acordar cedo.
levanto-me e vou tomar um duche rápido. vou vestir aquele fato que me compraste e usar aquela gravata de seda. é amarela, para que não passe despercebida. é berrante, para que todo o escritório repare que não me importo que não seja a norma do advogado.
deixar-te-ei o pequeno-almoço preparado, mas vou deixar-te dormir. afinal de contas, tiveste uma noite tão cansativa como a minha.
pegarei nos pequenos, visto-os e dou-lhes as torradas com leite.
depois, pego neles e meto-os naquele mercedes enorme que me obrigaste a comprar. nesse momento, sonho um bocadinho acordado com o nosso fim-de-semana que já planeei sem que tu saibas. penso no roadster com 50 anos que comprei àquele senhor que ficou inválido e não o podia conduzir mais, mas que eu ainda posso cuidar dele e apreciá-lo como uma máquina daquele calibre deve ser apreciada.
vejo-nos a ir para o hotel na sexta-feira nele. nunca gostaste muito do carro, mas sabes que é o meu refugio do mundo dos homens. alem disso, tu adoras sentir o teu cabelo ao vento. dá-te uma sensação de liberdade que nem o blackberry sempre a tocar te consegue tirar.
ainda bem que a tua mãe concordou ficar com os pequenos. assim, temos todo o tempo para nós. sim, sei que lhes vais telefonar a toda a hora, mas não me importo. sinceramente, e sem querer parecer preocupado, o mais novo deve estar a chocar qualquer coisa.
deixo-as na escola e telefono para te dar os bons dias.
ficaste chateada comigo por não te acordar. tinhas trabalho para fazer e não te podias dar ao luxo de acordar em cima da hora, mas dormias tão angélicamente que não tive coragem para te acordar. desculpa.
chego ao escritório e tudo muda. lá dentro, sou um cabrão. os estagiários mal me conseguem aguentar com o trabalho que lhes dou.
os sócios não me curtem e já estão fartos de mim, mas não podem fazer nada. é que aquela pequena avença que lhes trouxe. além do mais, temos que prepara a nova AG da merda daquele banco. eles sabem que não hámais ninguém como eu. nem para o bem, nem para o mal. sou bom e eles sabem disso. o J. até já me veio falar em sociedade. ele sabe que ando a ser rondado pela M.
e foi um dia de trabalho. são 9 da noite e estou a sair so escritório.
estou a sentir-me mal porque não estive contigo, nem com os pequenos.
tu também não estiveste. deves estar agora também a sair.
custa-me este tempo que passo longe deles, longe de ti.
se não fossem os almoços alargados que fazemos e em que vamos buscá-los à escola para estarmos todos juntos, não sei como aguentaria.
a caminho de casa, vejo uma florista. não resisto. tenho de parar. parei o carro e só desejava que não houvesse policia por perto pois as multas estão cada vez piores.
entro e compro apenas uma rosa vermelha.
não é preciso mais. só aquela para te mostrar que o sentimento continua aceso como daquela primeira vez em que me apercebi do quanto significas para mim.
chego a casa. os pequenos já estão a dormir. não tenho coragem de os acordar. na quinta-feira vou tirar a tarde e leva-los ao cinema, ou talvez a outro sitio, mas não vou deixar perder a oportunidade de estar com les. é a única tarde livre que eles tem, tadinhos.
vejo que tu estás a chegar a casa. hoje, conseguiste chegar depois de mim. sei que andas um bocadinho chateada por não te dizer o que ando a fazer para aquele novo cliente, mas sabes que negócios são negócios.
entras em casa.
percebo que estás cansada. não vou tentar nada que te desagrade, mas dou-te a rosa. ficas derretida. é o costume do "não devias", mas sabes que gostaste do gesto e eu sei que li te fiz feliz. deixo-te descanmsar um bocadinho no sofá. faço-te uma massagem para relaxares e fico a olhar-te enquanto adormeces com o cansaço todo de um dia no escritório.
quando adormeces, finalmente, pego em ti, e levo-te para a cama. deito-te. dispo-te, mas não me dou ao trabalho de te vestir o pijama.
gosto de ti assim, nua, sem status, sem compromissos, sem um passado e sem um futuro.
tu acordas e és minha. só por esta noite só por todas as noites pois sei que todos os dias tu és a mãe, a advogada, a esposa, a amiga, a esposa.
admiro essa força que tu tens.
consegues fazer tudo, mas à noite, tu és só minha.
e depois deste dia, daqui a 4 anos, eu sei uma coisa, nós somos felizes.

sexta-feira, janeiro 18, 2008




pecado

do Lat. peccatu

s. m.,
transgressão de preceito religioso;

maldade;culpa;vício;
prov.,
o Demónio

Mas será que é mesmo?
vejamos:
pecado enquanto transgressão de preceito reliosos- é possível que seja. há a norma religiosa que se incumpre, mas por esse prisma, só é pecado se seguirmos esse preceito reliosos, só é pecado se nos rendermos a esa fé.
por exemplo, a igreja católica ensina a monogamia, que em homem só é feliz com uma única mulher. já os muçulmanos acreditam que um homem deve ter múltiplas esposas e tratá-las todas da mesma forma. vejamos, para os católicos ter várias mulheres é pecado. já para os muçulmanos, é quase uma imposição religiosa.
conclusão: é relativo.

pecado enquanto maldade; culpa ou vício:
bem , será que o pecado é um sinónimo de maldade?
pensar assim levaria a que só os maldosos pecassem.
bem , eu peco e não me considero maldoso. os meus amigos pecam. será que são maus?
será que o pecado é mesmo um sinónimo de maldade?
não me parece. às vezes, o pecado é muito bom, sabe bem e não prejudica ninguém.

pecado enquanto culpa:
bem, perdoem-me a minha faceta mais jurídica, mas a culpa é inerente à intenção, ao animo de agir e cometer uma conduta pecaminosa.
bem , então e se o pecado acontecer?
não o mpedimos, não contribuimos para ele, mmas acabamos por comete-lo?
bem , não há pena sem culpa e não há pena para além da culpa.
será que só é pecado, então, se nos sentirmos culpados?
~então e se não o sentirmos?
será que estamos a pecar por não ter essa consciência?
mas, se é necessária a culpa, então, se não nos sentimos culpados, quer por ignorancia, quer porque não vemos se fizemos algo de mal, então como poderemos estar a pecar?

pecado enquanto vício:
bem , todos nós temos vícios, todos temos algo de que não nos conseguimos afastar.
são vícios?
talvez, mas será que são maus?
será que é pecado ter um vício?
mesmo que seja um bom vício?
se um católico não conseguir passar um dia sem entrar numa igreja e rezar, é um vício?
talvez, mas será que é considerado um pecado?
é que os vícios fazem parte de nós, parte de quem nós somos e, desta forma, nós somos pecadores só pelo facto de existirmos.
é chato porque lá se vai o argumento da vontade que nos leva à culpa, oui o argumento da maldade pois ninguém é maldoso só porque existe.
assim, continua a ser inconclusivo.

o demónio?
bem , lá dizem que ele está sempre conosco, não é?
mas será que nós pecamos, a admitir que existe pecado, porque ele está conosco, ou porque nós queremos pecar, ou até, porque pecamos sem o saber, já agora?
o demónio não nos leva a fazer nada que nós não queiramos.
o demónio não nos diz o que é certo ou errado.
tal como aquele que oferece duas portas para seguir uma, não é ele que faz a sua escolha. somos nós.

então, se por aqui não chego lá, alguém que me explique o que é o pecado.
já agora, explique-me também porque é suposto ser assim tão mau.

é que eu não estou a ver como é que é mau.
sinceramente, nem estou a ver como é que existe.

o pecado foi inventado pela igreja, e atenção que não estou a falar mal deles, e expresa aqulea conduta que eles acharam que devia ser reprimida.
mas digam-me, é assim tão pecaminos fazer aquilo que nos faz felizes?
é assim tão pecaminoso deixarmo-nos levar por um caminho que nos dá gozo, que nos traz prazer?
é assim tão pecaminoso tentar ser feliz?

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Oportunidades


Hoje, está um dia particularmente solarengo.
apetecia-me ir um bocadinho lá fora, sair do entre estas quatro paredes, talvez, dar um passeio.
não o posso fazer, não posso desleixar-me, não posso deixar que as oportunidades me fujam porque não me soube empenhar como deve ser.
já o fiz o muitas vezes, e talvez, agora, me arrependa disso que fiz.
talvez me arrependa de pensar que tudo se pode arranjar, tudo se conserta e que as segundas oportunidades estão sempre a cair-me em cima.
não posso pensar mais assim. não posso, nem devo.
até porque as oportunidades, se bem que acabamos por ser nós que as fazemos, dependem sempre de um timming, de uma altura.
e agora, sinto que essa altura chegou. atingi o timming perfeito, por assim dizer.
assim, se o destino já cumpriu a sua parte, quer-me parecer que é a minha vez de fazer alguma coisa, de me aplicar, de me esforçar, de lutar por aquilo que quero.
talvez seja mesmo o destino que me faz lutar agora. talvez das outras vezes, não existisse timming nem, sequer, existisse mesmo uma oportunidade.
mas agora, sinto que ela me espreita, que chama por mim, que é altura de fazer alguma coisa, de me fazer à luta, de suar para que esta oportunidade não me fuja.
sinto que é altura de fazer alguma coisa, sinto que é altura de batalhar, contra mim e contra todos.
sinto que quro, posso e vou fazê-lo.
afinal de contas, porque raio hei-de eu ficar quieto?
porque raio não hei-de eu fazer alguma coisa?
porque raio não hei-de eu lutar pela minha felicidade?
vou fazê-lo, vou lutar, vou correr atrás do que quero.
se não resultar, talvez não fosse essa a oportunidade.
mas vai resultar, eu sei que sim, eu sinto que sim.
vou correr, vou lutar, vou conseguir aquilo que quero.

contra mim, contra ti, contra todos...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Obrigado!!!


As minhas costas estão como novas.
Devíamos fazer isto mais vezes.

segunda-feira, janeiro 07, 2008


decisões, decisões, decisões...
todos temos de as tomar.
umas por vezes, fáceis.
outras, por vezes, dificeis.
mas será por serem dificeis, complicadas, ou, por vezes,dúbias, que não as devemos tomar?
será que nos devemos acomodar em vez de tomar as decisões que sabemos que podem ser as certas?
sim, tudo bem.
às vezes, não é assim tão fácil.
é normal termos medo.
sim, às vezes, podem-se magoar pessoas.
é normal mostrar compaixão.
e sim, às vezes, podemos sair magoados.
mas será que, por isso, não devemos correr esse riscoserá que não devemos apostar um pouco a nosse vida?
sim, podemos perder.
por outro lado, imaginem só o que podemos ganhar.
imaginem o que podemos fazer.
imaginem aquilo que podemos sentir.
às vezes, é preciso dar o salto por cima do muro, atirar-nos de um prédio abaixo, mergulhar sem saber o que podemos encontrar nas profundezas.
pode ser que encontremos a felicidade que nos teima em fugir,
pode ser que encontremos quem buscamos.
e deixamos de dar esse salto, esse mergulho porque podemos sofrer?
tretas?
não o fazemos porque temos medo.
medo de não ser felizes, mas, então e se a felicidade estiver lá à nossa espera?
será que devemos deixar passar esta oportunidade?
e se não houver outra?
e senão tomarmos a decisão que sabemos ter de tomar?
será que seremos felizes se não a tomarmos?
será que que nos vamos sentir preenchidos?
será que alguma vez estaremos completos?
não sei, mas será que na duvida, não devemos arriscar?
se calhar, é melhor.

afinal de contas, já lá dizia o outro: "mais vale amar e perder do que nunca ter amado".

Dá o salto!
Estarei lá para te apanhar.

sexta-feira, janeiro 04, 2008