quarta-feira, junho 25, 2008

obrigado

ontem foi um dia especial.
foi um dia em que acordei tarde, almocei, arranjei-me, vesti exactamente o mesmo fato que usei na minha primeira prova oral naquele sítio.
saí de casa e encontrei o stress. tornei-me insuportável.
não era por ser uma prova oral, era por ser a última.
sentia o peso de toda a gente me estar a dizer que ia passar, o peso dos meus pais estarem a contar que acabasse ali a minha miséria, o peso de não admitir falhar perante mim mesmo.
ontem, senti o peso do mundo nos meus ombros, assim como senti a pressão de ter de a fazer.
e depois, entrei na sala.
de todo o meu nervosismo, começou a surgir, pouco a pouco, a confiância que eu precisa ter, começaram a surgir as palavras certas e comecei a pensar que era mesmo ali que iria acontecer.
e, volvidos quinze minutos, saí da sala e apercebi-me que, embora pudesse ainda não estar acabado, senti que o ciclo de cinco anos chegou ao fim.
é uma situação estranha. deliciosa, mas estranha.
vem-nos à ideia que, ao longo de cinco anos, eu vivi para aquela casa, vivi para aquela causa e aprendi, acima de tudo, a viver para mim.
o alívio que senti ao saber a nota foi, sem dúvida, dos sentimentos que levarei para a cova.
aquele momento, ninguém me tira. era apenas mais um sentimento que aquela casa me proporcionou. porém, não era apenas mais um. era o último.
e foi assim que eu deixei para trás uma batalha vivida diariamente para alcançar aquele momento.
podem falar de ciclos, podem falar de fases da vida, podem falar daquilo que quiserem.
para mim, foi o terminus de cinco anos intensos.
foi o terminus de uma fase da minha vida que transfigurou a forma como me vejo e como vejo os outros.
destes cinco anos, eu levo, muita coisa, mas sem querer fazer uma enumeração exaustiva, lembrar-me-ei do dia em que lá entrei pela primeira vez, acompanhado do meu irmão, e fui recebido pela Nicole.
lembrar-me-ei, ou, pelo menos, ouvirei falar, daquele rally das tascas em que ainda não sei como cheguei a casa, mas na qual conheci o Tiago, o luís e o José Pedro.
ficam as lembranças da minha primeira oral, em que estava teoricamente chumbado e fiz o brilharete da minha vida, assim como fica o dia 27 de julho de 2004, onde soube que era mesmo isto que eu queria fazer.
fica também o dia em que ela entrou na faculdade e o bruno a mandou para a minha mesa de inscrições.
ficam-me aquelas duas horas de conversa sem praticamente termos preenchido papel algum.
fica-me também o momento em que percebi que estava apaixonado, comtodas as alegrias e dramas que daí advem.
ficam-me os tantos anos de AAFDL, com tantas noites de luta, sem dormir, com tantos dias de estudo desperdiçado para fazer algo, mas sempre com o sentimento que estava a dar algo de mim àquela academia.
ficam-me na memória, as danças que fazia com a victória em que eramos sempre apanhados pelos assistentes que ficavam com a ideia de que nos estavamos a comer, assim como me fica na memória o grupo de má língua que formei com a mafalda, a bárbara e com a célia.
ficam-me as noites a fio no ágora em que estudávamos até perder os sentidos, assim como as pragas que rogavamos àqueles idiotas que estacionavam lá em frente para ir para os copos enquanto nós ficávamos lá presos em frente aos livros.
fica-me a minha tatuagem e os motivos pelos quais a fiz e o sofrimento que com ela tentei expurgar, assim como me ficam os inúros chapéus de aspecto duvidoso com os quais fiz sucesso nas festas da cerveja.
ficam-me as saídas profissionais e a execelente equipa com quem tive a honra de trabaçhar (célia e vanessa), assim como a vice-presidência mais venenosa em que alguma vez eu tinha feito parte.
fica-me o estágio na Uría e a Maria Inês com quem foi preciso chegar ao fim do quarto ano para nos tornarmos bons amigos.
ficam-me as esperanças e os contratempos.
não consigo enumerar estes cinco anos por completo, nem todas as pessoas sensacionais quem quem tive a honra e o privilégio de trabalhar e de fomentar uma amizade.
não consigo aqui falar de todas a pessoas que foram importantes para mim.
não consigo falar de todos aqueles em quem confio e que confiam em mim.
não consigo falar de todas as idiotices, todos os risos, de todos os choros, de toda a glória e de toda a queda que vive ali.
é demasiado e não coseguiria falar das minhas afilhadas, dos meus amigos, de todos os que me amaram e de todos os que me odiaram ali dentro.
durante estes cinco anos, tive alegrias, tive tristezas, tive noites no number two com a filipa e tive desilusões demasiado grandes.
mas, ao longo destes cinco anos, aquele menino assustado que lá entrou, mudou, tonou-se diferente. não sei se melhor, ou pior, mas diferente, e ao longo destes cinco anos, eu levo uma autentica vida com tudo aquilo que tive direito.
muito obrigado a todos, por me fazerem quem sou...

4 comentários:

tulipa_negra disse...

Zézito,

ao ler o teu post, e estar contigo todos os dias praticamente na bela da FDL, sinto-me feliz por te ter conhecido e ter feito parte das pessoas que te acompanharam durante uma das fases mais importantes da tua vida, e que te vai marcar para todo o sempre... Porque tornaste-te uma pessoa diferente, tal como todos nos tornamos depois de lá entrar, porque viveste coisas unicas que só lá se vivem, porque fizeste amizades que levas no coração e te levam a ti...

Sinto-me feliz amigo, por ti, por te ter conhecido e por ter a certeza de que, mesmo que um dia a vida nos separe, a amizade fica...

Parabens...
Beijos

Dúbia disse...

:'( :')

Parabéns....

Pippa disse...

olha lá! só servi para as noites no nr2???????
sinceramente!!!!!
eu estava contigo quando soubeste que estavas "contratado", chorei contigo, fiz-te chorar com a minha fita, e a paga é uma breve menção às noites no nr2?????
és horrível! tenho dito!

LOL

beijo enormeeeeeeeeee

Carocha da beira da rocha disse...

que profundo meu Deus! mas acredito que é sincero :)
Bejoca