quarta-feira, julho 16, 2008

duvidas da vida

no outro dia, fui ao cinema.
fui ver o novo filme do will smith, "hancock".
não posso dizer que seja um filme profundo, que nos deixa a pensar no sentido da vida ou, até, defender que tem que ganhar, pelo menos, um óscar.
contudo, o filme serve exactamente para aquilo que lá fui fazer: passar tempo sem histórias muito complicadas à minha volta.
ora, sem querer estragar o fim do filme (há pessoas que odeiam quando lhes contam a história), mas estando-me um bocado a cagar para isso, o filme trata de uma espécie de super-herói.
não é necessáriamente o super-herói de quem toda a gente gosta. o facto de estar sempre alcoolizado e, de cada vez que salva uma vida, coloca milhares em perigo, se calhar, são boas razões para isso.
mas enfim, hancock tem uma força sobre-humana, as balas não o atingem, consegue voar e coisas do género. é uma espécie de super-homem alcoolico.
contudo, a força de super-homem e o ricochete das balas vão desaparecendo quando se aproxima de uma mulher com os mesmos poderes que ele.
ora, o argumento é que eles são os dois últimos da sua espécie e são almas gémeas.
todos os da sua espécie foram feitos aos pares e, quando se apoximam os pares, perdem os poderes para que possam tornar-se humanos, para que possam amar-se e morrer como todos nós.
ora, o filme que não tinha praticamente sumo nenhum para retirar dali, deixou-me mais uma vez, com uma analogia com a minha vida. de facto, uma analogia com a nossa.
eu não sei se existem almas gémeas. sinceramente, pouco acredito que estamos destinados para uma pessoa, aconteça o que acontecer.
se acreditasse, estava bem fodido, admito, poiso sofrimento, nessa altura, seria concerteza insuportavel.
mas enfim, continuemos. eu não sou um super-homem, não tenho super-poderes, super-inteligencia, não sou imortal e a única vez que salvei o planeta foi quando deixei de usar desodorizante de spray para usar os roll-on's.
agora, e se estiver mesmo alguem destinado a mim. alguém feita da mesma matéria, com os mesmos sonhos, com as mesmas aspirações?
será que ia funcionar?
será que eu consigo ser eu próprio e conservar toda a minha dedicação aos meus objectivos, ou, se estivermos juntos, estamos condenados a ficar anulados?
tudo o que consegui na minha vida, aconteceu quando estava longe. tudo o que me leva à ruína, acontece perto.
o que se há-de fazer?
mesmo quando alcanço o sucesso, sinto-me infeliz.
o raio do filme deixou-me estas dúvidas peculiares:

será que devo continuar com todos os meus poderes e ser um super-homem, com a consequencia de não estar perto da minha alma gémea?

ou,

será que devo seguir o destino, deixar-me ser um ser humano normal, abdicando da minha força, e vivendo kortal, só para estar com ela?

o que é que vocês fariam?

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